quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Avaliação - Ética e Competência

Ética e Competência

 Podemos falar de ética ou de “dimensão moral” da avaliação, por estranho que pareça. Considerando que tanto a palavra “ética” (do grego “ethos”, costume), como a palavra “moral” (do latim “mores”, costume) têm significado igual ou, pelo menos, semelhante, a filosofia distingue-as, de certo modo, atribuindo à palavra ética um significado mais racional e à moral um sentido mais aproximado com o que lhe é dado pelas religiões. 
A avaliação supõe uma intersubjectividade ou uma interrogação sobre o sentido dos produtos avaliados, o que pressupõe uma ética, uma responsabilização colectiva, na medida em que não estamos perante meros produtos ou resultados. Lidamos com sujeitos ou, mais profundamente, com cidadãos e, por isso, a necessidade de uma dimensão ética em todo o processo. Se a avaliação também é incompreensível sem comunicação e sem negociação, a dimensão ética impõe-se no processo. Caso contrário, estaríamos perante uma empresa sem sujeitos, lidando apenas com meros produtos ou resultados. 
Ao mesmo tempo, torna-se necessário articular todos os procedimentos, definindo bem os objectivos a atingir, sabendo bem o que se avalia, para quê e para quem. Aqui se pode enquadrar o conceito de competência, “relevante para uma prática com sucesso”, e definida como a capacidade de construir ou dominar conhecimentos ou técnicas. Sabendo que em todos os processos de avaliação é necessário emitir opiniões ou tomar decisões, podemos inferir daqui a necessidade evidente de dominar competências, “apelando a noções, conhecimentos, informações, procedimentos, métodos, técnicas”. 
Por outro lado, o conceito de competência não se restringe a uma simples posse de conhecimentos ou capacidades mas, também, segundo a opinião de Le Boterf, a “saber-mobilizar”, isto é, compreender que qualquer conhecimento ou capacidade só se realiza na acção e não existe abstractamente.

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