terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Competências, empregabilidade e sociedade/economia do conhecimento

Competências, empregabilidade e sociedade/economia do conhecimento

Nesta sociedade marcada pela mudança, a educação e a formação exercem um papel estratégico e podem considerar-se os alicerces de uma sociedade do conhecimento, embora, só por si, não resolvam o problema do desemprego ou da competitividade das indústrias e serviços. Veja-se o caso português, por exemplo, em que os licenciados ocupam uma parte importante do grande número de desempregados. Mas os problemas criados por estas mutações aceleradas podem ser resolvidos pela acção conjunta dos agentes económicos e das instâncias europeias, nunca esquecendo que a acção dos sistemas educacionais e a iniciativa dos próprios indivíduos são fundamentais nesta resolução. A sociedade cognitiva ou sociedade da aprendizagem exige uma educação e uma formação permanentes, tornando-se as próprias organizações produtivas e de serviços lugares de qualificação e promotores de aprendizagens. 
A diferença, proposta por Castells, entre “trabalho genérico” e “trabalho autoprogramável” pode servir-nos para compreender melhor o nível de competências que se exigem ao trabalhador. Enquanto o trabalho autoprogramável supõe níveis elevados de educação e de formação e é, por isso altamente produtivo, até na medida em que permite adquirir novas qualificações, o trabalho genérico é mais vulnerável e até prescindível, na medida em que é estático ou incapaz de dar saltos para novas qualificações, devido, sobretudo, à falta de educação e formação. A desaparição gradual do Estado – Providência conduz, cada vez mais, à precariedade, a uma empregabilidade frágil, à perda do vínculo social, quer no trabalho, quer no consumo. É assim que surge a chamada “segunda geração de direitos”, em que os desempregados são obrigados a seguirem programas de formação ou a aceitarem os empregos propostos, muitas vezes bem longe dos seus locais de habitação. 
A educação, no sentido de alavanca para novas qualificações, relaciona-se com a empregabilidade ou a capacidade para gerar empregos ou diminuir a exclusão social, aumentando a produtividade, “se houver oportunidade de emprego para trabalhadores mais produtivos”. E a educação e formação, nunca é de mais dizê-lo, são as principais promotoras de mais empregabilidade.

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